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Juliana Barreto Farias

  • Os estudantes já podem preparar as equipes e conectar os computadores. Vem aí a Primeira Olimpíada Nacional de História do Brasil. A largada será dada no mês de agosto, com a abertura das inscrições pela Internet. E o primeiro desafio está marcado para o dia 7 de setembro.

    “É uma iniciativa totalmente inédita, pois é dedicada aos temas, procedimentos e metodologias utilizados pelo historiador e voltada para estudantes do oitavo e nono anos do ensino fundamental e para os do ensino médio”, explica Cristina Meneguello, professora do Departamento de História da Unicamp e coordenadora da Olimpíada, que tem financiamento do CNPq.

    Jogos estudantis desse tipo acontecem desde a década de 1970, mas é a primeira vez que eles serão realizados em equipes (comandadas por um professor) e com ampla utilização da Internet. Mais do que uma simples competição, a ideia é convidar os alunos de escolas públicas e privadas a estudar e pensar a História do Brasil. Por isso, ninguém vá esperando encontrar simples questões de decoreba. Os jovens até responderão, durante as quatro fases online, a desafios em múltipla escolha. Só que não se trata simplesmente de optar por certo ou errado. “As questões terão diferentes graus de cognição. Em cada opção pode existir alguma coisa correta. Queremos, com isso, promover um debate dentro da equipe”, aposta Cristina Meneguello.

    À medida que os participantes forem cumprindo suas tarefas, professores e historiadores comentarão as respostas. A comunicação entre os grupos também está liberada. Blogs e chats ficarão abertos para o registro de dúvidas ou comentários. Depois de dois meses de competições, a melhor equipe de cada região do país vai participar da final, na Unicamp. A coordenadora da Olimpíada faz mistério sobre a premiação. “Nossa intenção é quebrar a lógica de que os jovens só participam porque vão ganhar alguma coisa. Queremos atraí-los pelo simples prazer de participar dos jogos. Há pouco tempo, uma professora de uma escola rural, quando soube das Olimpíadas, me escreveu dizendo que estar na cerimônia final, na universidade, já seria um prêmio para os alunos”, conta Cristina.

    Desafio maior talvez seja mesmo corresponder à diversidade regional do Brasil. “Se em São Paulo os professores e os livros didáticos enfatizam a Revolução de 1932, no Nordeste o destaque provavelmente é outro tema. Nosso objetivo também é abrir espaço para eventos históricos que não foram estudados em profundidade. No final, teremos um mapa da aprendizagem de História em todo o país”, acredita a professora da Unicamp.