Entre salsichões e galões de cerveja, várias cidades no sul do Brasil festejam a Oktoberfest este mês. Mas a trinta e três quilômetros de Blumenau, em Santa Catarina, a pequena Pomerode tem ainda mais motivos para celebrações. Também este mês, a primeira escola da cidade faz 140 anos e está perto de se tornar totalmente bilíngue, reforçando as raízes germânicas do local. Para comemorar, a equipe vai lançar um livro com fotos, documentos e uniformes antigos que contam a história da instituição.
Embora mais de dois terços da população local fale alemão ou algum dialeto germânico, esse número já foi muito maior. “Eram poucos os que falavam fluentemente o português. Foi a partir de 1937, com a Campanha de Nacionalização do governo, que as línguas e manifestações germânicas foram suprimidas”, conta Joana Wachholz, diretora da Escola Básica Municipal Olavo Bilac. O próprio nome da escola foi mudado nessa época. Antes, chamava-se o que em português seria Escola Alemã de Texto Central.
Além de alemão, é possível ouvir pelas ruas o dialeto pomerano. Isso porque a maioria dos colonos que fundaram a cidade veio da Pomerânia, região ao norte da Alemanha e da Polônia. O problema é que nenhuma das duas línguas manteve a forma original. “Houve influência do português. Com as aulas em alemão, vamos retomar a gramática correta. Quem sabe, de língua estrangeira passe a materna, assim como o português”, diz Joana.
Alemão fluente
Cristina Romanelli