Animais que ensinam

Iuri Lapa

  • Quem não conhece a história da cigarra que passou o verão inteiro cantando, não quis trabalhar como a formiga e acabou amargando uma terrível fome no inverno? E a do leão que se achava o mais poderoso dos animais e foi salvo de uma armadilha pelo pequenino e insignificante camundongo? Criações literárias como essas são exemplos de fábulas apresentadas às crianças com valiosas lições nas entrelinhas. A observação dos animais em sua enorme variedade foi a base para a criação dessas narrativas. Cada um tem sua característica particular: a raposa, a astúcia; o leão, a força; a formiga, o trabalho; o tamanduá, a falsidade... Tamanduá?

    Pois bem: da milenar linhagem de fabulistas, os brasileiros receberam na década de 1930 uma contribuição original desse gênero literário. Trata-se do livro Fables de mon Brésil, do francês Edgar Liger-Belair (1897-?), ilustrado com uma delicada aquarela do artista plástico Emílio Goeldi (1859-1917), encontrado na Divisão de Obras Gerais da Biblioteca Nacional. A fauna típica de nossas florestas, matas e sertões desfila na publicação. Os bichos encarnam as virtudes e, principalmente, os defeitos humanos: “Defeitos de bichos são os nossos; façamos de seu jogo os clarividentes testemunhos”, como o autor adverte no prefácio. (...)

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