A corda sempre arrebenta do lado mais fraco. A rebelião que deixou o governador de Vila Rica, o conde de Assumar (1630-1679), bastante irado em 1720 é prova disso. O motivo da agitação foi a insatisfação dos potentados locais diante do crescente controle dos representantes da Coroa portuguesa na região. A progressiva perda de sua autonomia foi intensificada com a chegada das casas de fundição – locais onde o ouro era fundido e a parte do rei era retirada.
Incitada pelos poderosos por mais de um mês, uma multidão de homens armados invadiu casas, ameaçou moradores e provocou confusões. Inicialmente, o conde de Assumar aceitou reduzir alguns tributos, mas voltou atrás logo que conseguiu mobilizar as tropas de Minas e prendeu os organizadores do levante.
Por trás da articulação havia vários poderosos do território, como Pascoal da Silva Guimarães, influente mestre de campo da capitania. Mas o governador, que ainda precisava de um bode expiatório para aplacar os revoltosos, deixou de lado os poderosos e optou por Filipe dos Santos, que tinha papel menos importante nos tumultos, tentou libertar os presos, mas não teve êxito. A represália veio logo: foi enforcado no dia 16 de julho de 1720, em caráter exemplar.