Em 1999, a educadora Renata Meirelles viajou de férias para algumas regiões da Amazônia e ficou encantada com o que viu: “Meus olhos não desgrudavam da infância de beira de rios, que saía daquelas casas altas com pernas de pau. Voltei decidida a criar um projeto que permitisse aprofundar o reconhecimento da cultura infantil da região”. Para tal empreitada, Renata encontrou um parceiro ideal, o documentarista David Reeks, com quem se casaria. Nascia aí o Projeto Bira – Brincadeiras Infantis da Região Amazônica.
Renata e David bateram pernas por 16 comunidades ribeirinhas e indígenas dos estados de Amapá, Pará, Amazonas, Roraima e Acre, e em cada visita iam divulgando, descobrindo e trocando as brincadeiras novas que aprendiam. David Reeks registrou tudo com sua câmera: o pião de madeira girando na mão de crianças na Amazônia, o jogo do bole-bole no arquipélago do Bailique, no Amapá, a espingarda de taboca – usada para caçar insetos –, o jogo da onça – no qual o tabuleiro é riscado diretamente com canivete sobre a madeira do piso – e o pião de tucumã. O material foi transformado em filmes de curta-metragem – como “Bambeia” e “Capitão Menino” –, e organizado em palestras e oficinas apresentadas em escolas no Brasil e nos Estados Unidos. A idéia de Renata e David é que as crianças das grandes cidades saibam como brincam as outras crianças.
Para saber mais sobre o Projeto Bira e as formas de brincar das crianças da Amazônia, visite o site www.projetobira.com.
Brincando na floresta
Paulo da Costa e Silva