Canteiro de descobertas

Gabriela Nogueira Cunha

  • Arqueólogos trabalham no sítio Vista Alegre, um dos mais antigos da área da Hidrelétrica Santo Antônio.As margens do Rio Madeira abrigam um extenso canteiro de obras, que vem sendo acompanhado de perto por arqueólogos fiscalizados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Porto Velho (RO), desde 2008. No local, estão sendo construídas duas usinas hidrelétricas de grande porte, Santo Antônio e Jirau.

    Cerca de 100 sítios arqueológicos foram identificados e mais de meio milhão de artefatos já foram resgatados na área compreendida pelas hidrelétricas, destacando ainda mais a relevância da bacia do Rio Madeira para a arqueologia brasileira. A fim de abrigar esses achados, a superintendência do Iphan em Rondônia prevê a criação de uma Reserva Técnica de Arqueologia em Porto Velho. “Sabemos que será referência em Arqueologia Amazônica e uma das maiores de todo o Brasil”, afirma Danilo Curado, arqueólogo do Iphan. A reserva deverá ser inaugurada em 2014, e sua administração ficará a cargo da Universidade Federal de Rondônia (Unir).

    O Iphan também aprovou recentemente a retirada de 16 blocos com inscrições de arte rupestre amazônica de Ilha do Padre 2, em Jirau, que serão expostos em Nova Mutum. A ideia é que os blocos constituam um museu a céu aberto, dando à população local e aos visitantes a oportunidade de conhecer um pouco mais da cultura e dos costumes dos antigos povos da Amazônia. “O projeto deve ser executado pela própria Usina de Jirau, com todos os ônus a cargo do empreendedor. Após a entrega, seguida de fiscalização e aprovação do Iphan, o museu será oferecido à Prefeitura de Porto Velho”, explica Curado.