As margens do Rio Madeira abrigam um extenso canteiro de obras, que vem sendo acompanhado de perto por arqueólogos fiscalizados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Porto Velho (RO), desde 2008. No local, estão sendo construídas duas usinas hidrelétricas de grande porte, Santo Antônio e Jirau.
Cerca de 100 sítios arqueológicos foram identificados e mais de meio milhão de artefatos já foram resgatados na área compreendida pelas hidrelétricas, destacando ainda mais a relevância da bacia do Rio Madeira para a arqueologia brasileira. A fim de abrigar esses achados, a superintendência do Iphan em Rondônia prevê a criação de uma Reserva Técnica de Arqueologia em Porto Velho. “Sabemos que será referência em Arqueologia Amazônica e uma das maiores de todo o Brasil”, afirma Danilo Curado, arqueólogo do Iphan. A reserva deverá ser inaugurada em 2014, e sua administração ficará a cargo da Universidade Federal de Rondônia (Unir).
O Iphan também aprovou recentemente a retirada de 16 blocos com inscrições de arte rupestre amazônica de Ilha do Padre 2, em Jirau, que serão expostos em Nova Mutum. A ideia é que os blocos constituam um museu a céu aberto, dando à população local e aos visitantes a oportunidade de conhecer um pouco mais da cultura e dos costumes dos antigos povos da Amazônia. “O projeto deve ser executado pela própria Usina de Jirau, com todos os ônus a cargo do empreendedor. Após a entrega, seguida de fiscalização e aprovação do Iphan, o museu será oferecido à Prefeitura de Porto Velho”, explica Curado.
Canteiro de descobertas
Gabriela Nogueira Cunha