Casa dos cartuns

Cristina Romanelli

  • Personagens como Graúna, Capitão Zeferino e Os Fradinhos vão virar tema de museu. Depois de criar o Instituto Henfil no ano passado, Ivan Cosenza, filho do desenhista Henfil (1944-1988), está buscando parcerias para sua nova empreitada: inaugurar um espaço dedicado aos cartuns. Ainda sem local certo, o museu deve abrigar mais de 15 mil originais.

    “Precisamos de um local adequado para armazenar, catalogar e digitalizar o acervo. Quero também ajudar famílias de outros artistas, que muitas vezes não têm meios para armazenar os trabalhos”, diz Cosenza. Com a divulgação, ele espera descobrir o paradeiro de outros originais. Mesmo que não sejam doados ao museu, tentará digitalizá-los e ajudar na conservação. “Meu pai quase sempre guardava os trabalhos, mas alguns foram perdidos. Uma jornalista me deu vários que o Jornal dos Sports jogou no lixo na década de 1980”, conta ele.

    Henfil iniciou a carreira na Revista Alterosa, em Belo Horizonte, mas foi a partir de 1969, no Pasquim e no Jornal do Brasil, que seus personagens ficaram mais famosos.  No próximo ano, Cosenza espera iniciar a catalogação dos trabalhos do pai, mas prevê muito esforço pela frente: “Vai ser difícil reunir tantos trabalhos... Ele participou até de desenho animado e de programa de TV”, diz.