O primeiro contato de Friedrich Theodor Müller com as ideias de Charles Darwin foi em 1863, quando leu A origem das espécies. A leitura parece ter entusiasmado o cientista, já que um ano depois surgia seu primeiro livro, intitulado Für Darwin, uma reunião de fatos e argumentos que apoiavam a Teoria da Evolução. Müller era alemão, mas seu legado criou raízes no Brasil. A casa onde ele viveu por 20 anos em Blumenau, Santa Catarina, abriga hoje o Museu de Ecologia Fritz Müller, que voltou a receber visitas em maio, após permanecer fechado durante quatro anos.
De sua residência, no Vale do Itajaí, Müller trocou vasta correspondência com seu ídolo britânico. Segundo Maristela Giassi, bióloga da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), ele pesquisava, na prática, as teorias que Darwin “elucubrava”. “O próprio Darwin pedia, por carta, que ele pesquisasse certos aspectos (de suas teorias), e Müller fazia isso de bom grado”, explica.
O Museu de Ecologia, que integra a Fundação Municipal do Meio Ambiente, fechou após sofrer os efeitos de deslizamentos causados pelas fortes chuvas que atingiram a região em 2008. Foram investidos R$ 80 mil em sua recuperação, para que o prédio pudesse receber novamente o acervo de animais empalhados, insetários, fósseis e ossos de espécies em extinção na Mata Atlântica, pertencentes a Fritz Müller.
Darwin e seus amigos
Gabriela Nogueira Cunha