Uma menininha deposita dinheiro dentro de um barril instalado em frente à Estação das Barcas de Niterói. A doação, uma colaboração para a construção de um navio de guerra brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, foi captada pelo fotógrafo Manuel Fonseca, o Fonsequinha, em 1942 ou 1943. Hoje esta imagem integra o acervo da Fundação de Arte de Niterói e, graças a uma parceria com a Biblioteca Nacional, está disponível na Internet por meio do site da Rede da Memória Virtual (RMV) [Ver RHBN n° 18]. Em seis anos de existência, o portal já armazena mais de 2.000 arquivos de imagem pertencentes a outras instituições, além de 300 artigos inéditos escritos por professores e historiadores. Este mês, a Rede está de cara nova. Além das mudanças no visual, o site ficará mais interativo.
Um dos objetivos da iniciativa é provocar a participação do usuário em uma espécie de fórum temático, onde o cadastrado pode pôr em debate questões do seu interesse. “Funcionamos como um apoio ao professor em sala de aula. É importante que as pessoas interajam, deem sua opinião, apresentem suas dúvidas. Assim poderemos aperfeiçoar o que estamos fazendo”, diz Vinícius Martins, um dos coordenadores do projeto. “Ele acrescenta acervo ao conhecimento histórico”.
Atualmente, o projeto conta com 20 parceiros. São instituições de cultura e informação, como a própria Fundação de Arte de Niterói, a Fundação Oscar Niemeyer e o Museu Histórico Nacional, que recorrem à BN para obter assistência técnica no processo de digitalização ou simplesmente conseguir um espaço para divulgar suas preciosidades.
Outro exemplo é a Biblioteca do Arquivo Histórico de Blumenau, que realizou por conta própria um projeto de digitalização de jornais antigos em 2009. Como seu site estava atrelado ao da prefeitura da cidade, que tem pouco espaço de armazenamento, ela recorreu ao servidor da BN para publicar os periódicos. “Pesquisadores do mundo todo vêm trabalhar com nosso material. Era importante que ele pudesse ser divulgado na Internet, ainda mais em um site de grande visibilidade como esse”, diz Glaucia Maindra, bibliotecária responsável pelo projeto na instituição catarinense. Segundo ela, até o momento estão disponíveis na RMV alguns exemplares de A cidade (1924-1972), publicado em Santa Catarina, e A nação (1939-1959), original do Rio Grande do Sul, mas a intenção é que esse número aumente: “Temos muito mais publicações para mandar. Precisamos reativar nossos laços”.
Apesar da limitação de recursos – a verba destinada à Rede é uma pequena parte do dinheiro investido na BN Digital –, os coordenadores do projeto querem ir mais longe. “O objetivo é levar nosso conhecimento a cidades pequenas do Norte e do Nordeste”, comenta Vinícius.
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