Um canhão de bronze fundido na Europa em 1629, 160 caixas de documentos judiciais escritos entre os séculos XVI e XX, uma cópia de todo o fundo documental da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Os itens já parecem muita coisa, mas são apenas uma pequena parte do acervo do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, que tem hoje o maior arquivo de documentação sobre o Brasil Holandês do mundo. Criado em 1862, o IAHGP começou como um centro de pesquisa disposto a escrever uma história pernambucana do país e logo se transformou também em um museu regional, recebendo doações de peças sobre a cultura e o passado do estado, enviadas de diversas partes do globo. Assim, há bons motivos para que, agora, a comemoração de seus 150 anos seja feita em grande estilo, com festejos ao longo de meses.
A primeira homenagem é uma sessão magna seguida de concerto musical, marcada para o dia 27 deste mês. Como nesta data geralmente se celebra o fim da Insurreição Pernambucana (1645-1654), aquela que pôs um ponto final à dominação holandesa no Nordeste, a festa será em dose dupla. “O Instituto foi criado num dia importante para Pernambuco, e o passado de um se confunde com o passado do outro; não se pode falar dele sem fazer uma recapitulação da história do estado”, comenta o historiador George Cabral, vice-presidente da instituição. Ele conta ainda que as datas e os conteúdos dos próximos eventos serão definidos no decorrer do ano, mas tudo será divulgado na Internet. (Alice Melo)
Dupla comemoração
Cristina Romanelli