Reza a lenda que uma cruz, feita com as folhas de inharé, no topo do Monte Carmelo foi a origem do nome da cidade de Santa Cruz (RN). Ela teria sido colocada ali, em tempos remotos, por um missionário para afastar males que atingiam os habitantes da região, como as cheias do Rio Trairi. Hoje, olha-se novamente com esperança para o ponto mais alto da pequena cidade do agreste do Rio Grande do Norte. A fé no turismo religioso promete levar investimentos para a região após a inauguração – prevista para este mês – do Alto de Santa Rita de Cássia, que sustentará o maior monumento católico do mundo.
Com 50 metros, superando o Cristo Redentor e a Estátua da Liberdade, a padroeira das causas impossíveis pode ser vista mesmo de fora da cidade e já chama a atenção de investidores. “Éramos uma cidade do interior sem uma grande fonte de renda para a população. Sempre fazíamos contatos com empresários para eles montarem seus negócios aqui, mas esbarravam em um problema ou outro. Agora, estão sendo abertos condomínios fechados e pousadas”, conta o prefeito Péricles Farias (PSDB).
A cidade é um tradicional local de peregrinação, principalmente por conta da missa para Santa Rita, no dia 22 de maio, que leva anualmente quase mil pessoas a Santa Cruz. Quando Péricles ainda era secretário de Obras, na gestão anterior da prefeitura, já se pensava em transformar esta devoção em um negócio. Cerca de R$ 5 milhões foram investidos para erguer a colossal Santa Rita. Desta vez, Péricles espera não ter problemas com o Tribunal Regional Eleitoral, que outrora já apontou irregularidades em suas contas e chegou a cassá-lo por compra de votos.
Fé no caixa
Adriano Belisário