Festa no campo

  • Embrenhado nos canaviais, o povo do pequeno município de Glória de Goitá aguarda, ansioso, a chegada de setembro. É quando a colheita cessa, o dinheiro entra e todo mundo se entrega ao Cavalo-Marinho. Mistura de boi-bumbá, capoeira, maracatu e mamulengo, a dança tem lugar marcado na Zona da Mata pernambucana. Após receber alguns prêmios, o Sítio Histórico do Cavalo-Marinho se expande e mantém viva a tradição regional.

    Criado há 48 anos por José Evangelista de Carvalho, o Mestre Zé de Bibi, o sítio está localizado na zona rural de Glória de Goitá. É ali que a população dos arredores se reúne para assistir e participar do folguedo. “O Centro Histórico sempre foi palco do Cavalo-Marinho, uma festa que envolve teatro, bonecos e música”, diz o diretor de Cultura, Lucas Alves.

    Visitado até por estrangeiros, o lugarejo tem chamado atenção. O último prêmio que recebeu foi o Rodrigo Melo Franco de Andrade 2009, organizado pelo Iphan. Há dois anos, uma das casas do sítio virou museu, abrigando peças e mais peças que contam a história da festança. Zé do Bibi e sua turma fecharam parceria com as escolas da região, levando crianças para se enturmar com a dança. E este mês eles abrem uma Biblioteca Cultural. “No acervo vai ter tudo sobre o Cavalo-Marinho, cultura regional e nacional”, avisa Lucas. Com tanta novidade, vai ser difícil retomar o trabalho nos canaviais.