Informações de confiança

Pauo da Costa e Silva

  • Já se foi o tempo em que o único jeito de se obter informações históricas era correndo atrás de bibliotecas e arquivos, fuçando livros e documentos. Nos dias de hoje, basta navegar na Internet para que os mais variados assuntos se abram diante dos nossos olhos. O único problema é que, muitas vezes, o navegante se depara com textos superficiais e recheados de informações equivocadas. Se isso já é um problema para qualquer área do saber, quando o assunto é História a coisa fica ainda mais grave. Por conta disso, o projeto Rede de Memória Virtual Brasileira pretende colocar parte da história do país nas malhas virtuais da Internet, sem que com isso se perca informação e rigor.

    O site é dividido em diversas áreas de interesse, como religião, política, imprensa, literatura, costumes, artes e ciências, entre outras. Muitas das áreas possuem subseções, e cada uma traz textos escritos por estudiosos do assunto – ou seja, gente que sabe o que diz. Os colaboradores são pesquisadores e professores de renome, como Lúcia Bastos e Marco Morel. É assim: você escolhe um tema, clica com a seta em cima dele e cai do céu – ou da rede – um texto explicativo, seja sobre a Missão Francesa no Brasil, a Companhia de Jesus, a poesia romântica ou sobre a Guerra do Paraguai. 

    Financiada pela Finep e vinculada ao site da Biblioteca Nacional – www.bn.br –, a página traz ao leitor parte dos acervos de instituições parceiras, como a Fundação Oscar Niemeyer, o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, a Fundação Casa de Rui Barbosa, a Fundação Cultural de Curitiba, o Museu Histórico Nacional e o Museu do Índio. Segundo Paulo Miguel da Fonseca, coordenador do projeto, o ideal da Rede de Memória Brasileira é ser a “base online” das instituições parceiras, possibilitando maior acesso a acervos que contam a história do país: “A idéia é que o site represente a cultura nacional, com parcerias de diversas regiões do país, e não apenas do Rio de Janeiro”. Voltada não só para os pesquisadores, a Rede de Memória pretende conquistar o público leigo com seu conteúdo claro e direto. 

     Além disso, a Rede de Memória inclui um vasto arquivo sonoro – quase 2.500 trechos de peças de alguns dos nomes mais ilustres da nossa música popular e erudita, como Carlos Gomes, Villa-Lobos e Chiquinha Gonzaga – e um extenso banco de imagens. Nele encontramos, entre outras preciosidades, nada menos do que o acervo completo de fotos de Augusto Malta, pertencente ao Museu Histórico Nacional.

     Neste mês de março, a página terá sua primeira atualização de conteúdo, com ampliação dos temas e acréscimo de novos textos e imagens. Um prato cheio para quem gosta de Internet e de História.

    (Por Pauo da Costa e Silva)