João Adolfo Hansen

Bruno Garcia

  • Desencolher cabeças

    A história da escrita brasileira está mais curta. Para as universidades, não interessam mais pesquisas sobre a produção colonial, e até mesmo o século XIX começa a ser área de poucos especialistas. Quer estudar literatura? O jeito é escolher um moderno, como Drummond ou Clarice Lispector. Mesmo que quase tudo já tenha sido dito sobre eles.

    O diagnóstico vem de um dos maiores críticos literários do Brasil. Felizmente, João Adolfo Hansen não se apega a esses rasos critérios. Seu território são as “velharias”, como ele mesmo se refere à tradição retórica latina e seu uso por Antônio Vieira e Gregório de Matos. 

    Para um doutor em velharias, aposentado depois de lecionar literatura na USP por 30 anos, suas ideias são um oásis de sofisticação, num tempo em que a cultura de massa fragmenta o saber e banaliza a cultura até mesmo nos critérios de financiamento da pesquisa acadêmica. “O destaque é a marca da cueca que o escritor usa, o perfume, ele mesmo é uma marca”. Quando o intelectual vira produto de consumo, é sinal de que as cabeças estão encolhendo.

    Quem recebeu a Revista de História em sua casa em São Paulo foi um pensador moderno. E isto não é contradição. “Fiz o mestrado sobre Guimarães Rosa porque sempre gostei das coisas modernas, e acho que foi por causa delas que fui voltando e estudando o passado”.

    Se a universidade dispensou-o por ter 70 anos, azar da universidade. A cultura nacional nunca precisou tanto das sábias velharias de João Adolfo Hansen.

    RH - Por que Antônio Vieira é uma figura tão central para entendermos o século XVII? 
    JH - Ele é o século XVII. Participou de todas as grandes questões que agitaram o século. Em 1640, ele se torna pregador da Capela Real e o rei D. João IV manda-o ser embaixador e diplomata na França e na Holanda. A estratégia dele é garantir o domínio português no Atlântico Sul, mantendo no Brasil os índios catequisados e subordinados à Companhia de Jesus. O colono estava proibido de escravizar índio. Ao mesmo tempo, queria manter o controle português do tráfico negreiro. Portugal, na época, fornecia negros para a América espanhola, portuguesa e inglesa, um lucro duas vezes maior do que o do açúcar. A Companhia de Jesus funcionava no Brasil como o braço direito da política da Coroa. 
     
    RH – Quando foi que a situação se voltou contra ele? 
    JH – Em 1656 o rei morre e sobe ao poder o filho dele, Afonso, que é um mentecapto, um débil mental. Logo em seguida, o grupo inimigo do Vieira (o Castelo Melhor) dá um golpe de Estado, e Pedro, que não vai com a cara do Vieira, sobe ao trono. Nesse momento a Inquisição prende o Vieira. 
     
    RH – Ele era acusado de defender os judeus?
    JH – O fato é que ele estava defendendo não propriamente os judeus, mas o capital dos judeus. Então, as embarcações portuguesas já estão muito velhas e não possuem defesas. Os piratas ingleses e franceses ficavam na foz do Tejo e, quando os navios chegavam, eles assaltavam, matavam todo mundo e fugiam para o Canal da Mancha. Vieira pensava em usar o dinheiro judaico para fazer frotas armadas e impedir esses ataques. Mas a Inquisição o prende e ele perde totalmente o domínio da situação. 
     
    RH – Outra virada foi a volta ao Brasil?
    JH – Em 1681, o papa o liberta da autoridade da Inquisição, e como a situação em Portugal não era mesmo favorável, ele volta para a Bahia. É ele quem faz o parecer sobre a destruição do Quilombo dos Palmares, quem decide que o Quilombo deve ser destruído. Depois briga com a própria Companhia, com o grupo de jesuítas italianos que estava em Salvador, favorável aos bandeirantes de São Paulo que queriam escravizar índios nas minas de Itaverava. Eles impõem um silêncio obsequioso, mandam-no calar a boca. Na Bahia, ele começa a redigir A Chave dos Profetas, em latim, até poucos dias antes de morrer, em 17 de julho [de 1697]. Já não tinha dentes, estava cego, tinha uma ou duas pernas quebradas, a mão torta. Ficava deitado e não conseguia mais escrever; estava ditando em latim o texto para um secretário. Ele morre no mesmo dia em que chega da Europa a autorização do papa mandando liberá-lo do silêncio obsequioso. Agora ele estava em silêncio para sempre.
     
    RH – Qual o lugar dele como escritor?
    JH - O Vieira foi o primeiro a fazer um sermão por meio de cartas. Ele sistematiza os usos da gramática portuguesa, de um português que já é o nosso moderno. Quando Fernando Pessoa diz que o Vieira é o imperador da língua portuguesa, tem esse sentido. Ele é o primeiro a sistematizar na escrita a língua portuguesa culta. A partir de então, todos os escritores encontrarão nele modelos de escrita, independentemente da religião. 
     
    RH – Por que a dificuldade em apresentá-lo como autor hoje? 
    JH – Bom, hoje a cultura é pop, marcada pela indústria de massa. Os jovens, mesmo na universidade, não têm mais essa informação histórica nem esse desempenho da linguagem. Os padrões da língua são extremamente mais complexos do que os atuais. Hoje, os padrões são sintéticos e reduzidos tanto na fala quanto na escrita. Na USP, 15 alunos do 4º ano da graduação vieram me procurar dizendo que não entendiam o que o Gregório de Matos Guerra dizia. Eu respondi: sinto muito, mas isso não é problema do poeta. Se vocês não entendem Gregório, também não entendem Shakespeare, não entendem Cervantes, enfim, não vão entender nada contemporâneo dele. O problema é de vocês, que não entendem a linguagem figurada, a metáfora. 
     
    RH – Por que a universidade não consegue reverter isso? 
    JH – Na USP, na área do francês, não existem no programa os autores do século XVI e do XVII, apenas XIX e XX. Na área do inglês, não se estuda Shakespeare. Na literatura brasileira, os estudos de colônia foram transformados em disciplina optativa do último ano. Há um consenso em toda universidade de que esses assuntos devem ser excluídos da graduação. Caso alguém queira estudá-los, talvez eles sejam objeto de especialização numa pós-graduação. Em 90% dos casos, a concentração é no século XX. Até o XIX está virando coisa de especialista. A academia se redefiniu em função desses programas de financiamento, dessas agências, e em função de trabalhar com coisas que tenham qualquer apelo comercial, no caso da literatura.  
     
    RH – Como isso acontece, na prática?
    JH – Eu te dou um exemplo. Em 1993, o João Alexandre Barbosa, diretor da editora da USP, foi procurado por um professor de História da USP que tinha uma cópia em latim do manuscrito da Chave dos profetas, e queria estudar. E, para isso, precisava traduzir. Fizemos um projeto que envolvia várias universidades e enviamos para a Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo] para conseguir financiamento. O parecer da Fapesp foi negativo, dizendo que Vieira não tinha interesse cultural. Há vinte anos, um parecer como este já evidenciava uma coisa que viraria praxe na universidade. Um aluno que estude latim ou grego na USP vai ter que ler Homero, Píndaro, Sófocles, Virgílio, Cícero. Mas, no caso da literatura brasileira, o que importa é uma ideologia nacionalista das letras.
     
    RH – Vieira não é brasileiro?
    JH – Vieira é ibero-português, está no “Brasil”, mas não é Brasil ainda. Gregório de Matos também não. Nessa lógica, só interessam autores que falaram do Brasil como nação. Existe uma ideologia nacionalista no currículo. Os alunos estudam um currículo implícito: tem informação histórica, mas ela já vem com uma concepção de história, do que deva ser a história, que a priori exclui esses objetos por terem sido portugueses, espanhóis ou ingleses em processos de colonização. O aluno, quando entra na graduação, já sabe que existem no mercado alguns objetos que rendem um capital simbólico maior do que outros. 
     
    RH – Os temas de estudo acabam ficando muito restritos?
    JH – Nós temos uma repetição infinita, milhares de trabalhos sobre Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Drummond e Machado de Assis, milhares. E centenas de outros assuntos desapareceram, mesmo modernos, como a poesia simbolista, os poetas realistas, os poetas parnasianos, os autores do movimento modernista de 22. As coisas fundamentais sobre os autores estudados hoje já foram ditas pelos grandes críticos, enquanto os assuntos de colônia desapareceram. Trezentos e vinte anos de história colonial estão excluídos. Os professores foram obrigados a se hiperespecializar para receber financiamento, e isso muitas vezes determina uma visão muito estreita em termos de cultura. Depois vão orientar alunos, que vão repetir o que fizeram. 
     
    RH – Então isso influencia a formação de professores?
    JH – A [Literatura] Brasileira da USP, no ano passado, fez um concurso para escolher professores para dar aula sobre coisas coloniais. Havia 12 professores, e os 12 foram reprovados, porque ninguém sabia nada. Um foi ex-orientando meu de mestrado. Tadinho, eu acho que ele deixou explícito o que acontece hoje: ele disse na banca (eu não estava por ele ser meu ex-orientando) que no mestrado tinha estudado um assunto colonial, mas que para o doutorado escolheu um tema que dava mais prestígio, o Machado de Assis. Então, um colega que estava na banca perguntou o que ele estava fazendo ali, num concurso para professor de assuntos coloniais. 
     
    RH – Quais são os desafios de estudar a linguagem antiga?
    JH – A universidade herdou um conceito idealista de linguagem, que se associou a certo marxismo aqui no Brasil. É Lukács e a ideia de que a linguagem é um epifenômeno, um reflexo da realidade. A base econômica – infraestrutura – é o fundamental, e a linguagem é a superestrutura que a reflete. Desde o início a gente foi contra essa ideia, mostrando que a linguagem também é prática e ativamente construtora da realidade em que acontece. A ideia foi trabalhar justamente os sistemas de representação, as categorias e os conceitos desses sistemas. No caso do português antigo, isso nos remeteu à retórica. Mesmo na universidade a concepção sobre retórica é positivista, platônica, como se fosse discurso de político baiano, enganação, falsidade. E a gente não estava pensando retórica assim, mas como as várias técnicas de produzir discursos eficientes. Desde o século XIX isso foi rompido, eliminado e substituído por um pensamento liberal ordenado pela ideia de progresso, que jogou fora tudo o que era São Tomás de Aquino e Aristóteles, e colocou no lugar Hegel e Kant e, no século XX, Marx. A leitura da história passada foi feita segundo interesses do presente, projetando em todos os tempos o modelo de homem burguês, liberal. A nossa ideia foi buscar o específico, o que nos obrigou a cair nessa velharia toda. 
     
    RH – As áreas de saber estão muito fragmentadas?
    JH – Para mim, a universidade hoje é jívara, aqueles índios que encolhem cabeças. Os alunos se parecem com eles, todos com a cabeça encolhida pela hiperespecialização e pela redução da visada na história. A história foi reduzida ao saber de alguns especialistas que, nos seus campos, fazem coisas muito legais. Mas a própria história que permitiria a outros intelectuais, como um professor de literatura, de arte, de estética, um filósofo, pensarem os processos que estudam, esta foi eliminada.
     
    RH – Como entram as agências de financiamento nesse processo?
    JH – É uma subordinação neocolonialista aos Estados Unidos. Há uns cinco anos, a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] mandou para a minha área uma determinação dizendo que professores de literatura brasileira deveriam preferir publicar em inglês, em revista de classe C e D, a publicar em revistas brasileiras de nível A. Eu fico pensando quem pode ter feito uma determinação dessas. São colegas nossos, de letras, que estão lá, na Capes. O que significa essa subordinação? Eles dizem que se trata da internacionalização do resultado. Mas será que os americanos têm tanto interesse assim em José de Alencar, Graciliano Ramos, Gonçalves Dias? Não acredito. 
     
    RH – A publicação em revista acadêmica fica restrita a especialistas. Não seria desejável atingir públicos maiores?
    JH – Mas a ideia é a quantificação, a hiperquantificação. Eles ficam contando pontinhos, quantos textos uma determinada área publicou por ano. Pode ser uma receita de bolo na Folha de S. Paulo, que é um jornaleco, ou um tratado de 600 páginas. Isso é espantoso, mas o que mais me espanta é que sejam colegas, supostamente intelectuais. É uma redução da inteligência que produz uma ignorância muito ativa. A maior parte dos professores é obrigada a se subordinar porque é uma lei de sobrevivência. Fico pensando que critérios são esses. 
     
    RH – Não deveria haver critérios culturais?
    JH – Tem tudo, menos cultura. A cultura está liquidada neste país. Vejamos o que está acontecendo aqui em São Paulo. O fascismo reelegeu os tucanos aqui e tentou eleger o Aécio, e até agora está falando mal dos nordestinos, de negros, de mulatos. Todo dia temos notícias dessa ignorância da classe média. Classe média que se orgulha de estar aqui no “Sudeste maravilha” e que é quatrocentona: foi assassina de índio, escravocrata e ignorante até o século XIX, quando poliu as unhas. Essa classe média que está aí é um bando de gente nova rica, ignorantíssima. Eles têm a cabeça em Miami e no talão de cheques. O que a universidade ou a cultura representam para eles? Não representam nada. 
     
    RH – O que pensa da crise na USP?
    JH – A USP cresceu, nos últimos dez anos, quase 80% na graduação e uns 40% na pós. Mas os governos ficaram na moita, agindo como se aquela mesma verba fosse suficiente. Claro que não é. Ficou inadimplente porque aumentou muito o quadro de funcionários e os gastos com tantos estudantes a mais. A Folha de S. Paulo propôs que o problema eram pessoas como eu, os aposentados, que ganham muito e são improdutivos. O ideal é que eles morressem o quanto antes. Os tucanos propuseram a privatização – como vêm fazendo desde o tempo do Fernando Henrique, desde o Montoro. E esse silêncio da cidade de São Paulo. O que podemos esperar disso? Não podemos esperar nada dessa sociedade. Como dizia o Rockefeller: quando me falam de cultura, eu puxo o talão de cheques. E, mais à frente, quando me falam de cultura, puxo o revólver. Qualquer coisa vira fascista, nazista. 
     
    RH – Qual é o lugar ou o papel do intelectual hoje? 
    JH – O intelectual deve ter uma posição de total autonomia, ele não pode ser partidário. É uma consciência lúcida e crítica, a afirmação e a negação. É um princípio de destruição, de autodestruição inclusive. Só que aqui no Brasil os intelectuais facilmente ficam orgânicos e se vendem. Eles querem entrar para a Academia Brasileira, eles acreditam ser homens notáveis, acreditam ser professores eméritos da USP. É fácil se vender. Começa pela venda de si para si mesmo, para o próprio narciso. O intelectual que quer pensar-se a si mesmo intelectualmente, a primeira crítica que ele se faz é a do seu eu: pensa que o eu dele é importante. Ele vai morrer. É legal pensar na morte, pensar todas as coisas da perspectiva da morte, que é a perspectiva da história, a de que as coisas passam. Mas eu não saberia dizer o que os intelectuais devem ou não fazer, acho imoral dizer o que os outros devem fazer.
     
    RH – Como o excesso de produtivismo afeta a crítica literária? 
    JH – Ontem abri a “Ilustríssima” da Folha de S. Paulo, e tinha uma menina de 20 anos que está escrevendo um novo romance. Mas o personagem dela é um tipinho insignificante. Muitos escritores fizeram isso, escrever muito bem sobre a insignificância do tipo. Mas ela escreve mal, ela reproduz na escrita a insignificância do personagem. Eu, como professor de literatura, gostaria de ver uma elaboração literária e não essa matéria baixa. É a irrelevância. O destaque é a marca da cueca que o escritor usa, o perfume, ele mesmo é uma marca.
     
    RH – A Academia virou isso também?
    JH – A Academia sempre foi. Machado de Assis já dizia “essa é a glória que eleva e que consola”.
     
    RH – De onde vem a relação entre crítica literária e história na sua carreira?
    JH – Aconteceu fundamentalmente nos anos 80, quando fui estudar a poesia que se atribui ao Gregório de Matos Guerra. O estudo me fez ler alguns historiadores da cultura, mas também me propôs a ideia de ler coisas antigas que eu não conhecia. Buscar, por exemplo, discursos contemporâneos, e até anteriores, como todo um bloco greco-romano, começando por Aristóteles, que me permitiu construir modelos para entender essa poesia. Trabalhando com ela também fui remetido a uma agência cultural, a Companhia de Jesus, que nos séculos XVI, XVII e XVIII estava educando, no caso ibérico, os letrados. Para mim, a Companhia tinha interesse por si mesma, mas também era um meio para chegar a outras coisas. 
     
    RH – Na graduação, começou pelas letras anglo-germânicas? 
    JH – Sim, há mil anos. Depois fui trabalhar na escola secundária como professor de latim. Depois fui professor secundário de português em escola pública. Fiz um concurso na USP e comecei a trabalhar como professor de literatura brasileira em 1983. Fiquei lá por 30 anos. Há dois anos me aposentei, quando completei 70 anos e caí na “expulsória”. Na USP fiz o mestrado sobre Guimarães Rosa, porque sempre gostei das coisas modernas e acho que foi por causa delas que fui voltando e estudando o passado. As coisas modernas tinham aqui no Brasil uma interpretação comprometida com o nacionalismo romântico. A minha hipótese foi estudá-las segundo os critérios delas, do tempo delas, e não a partir de critérios posteriores. Isso me obrigou a buscar o específico. No caso das letras, eram os tratados de retórica e de poética. Fui levado ao Vieira por critérios semelhantes. Quando fiz meu trabalho sobre o Gregório de Matos, tive que estudar a questão das doutrinas do poder nos séculos XVI e XVII. No caso português, era a doutrina católica contra a doutrina maquiavélica e a doutrina luterana-calvinista de poder. Isso me remeteu a ler teólogos como o Francisco Suárez. A leitura do Suárez me fez pensar que eu já tinha lido alguma coisa familiar. E aí ficou claro que era o Vieira. 
     
    RH – Como assim?
    JH – O Vieira repete absolutamente tudo, tudo do Suárez. Entrei no Vieira começando pela oratória. Conheci o [Alcir] Pécora por causa disso. Por volta de 1990, o Alcir fazia doutorado na USP e o orientador dele me convidou para participar da qualificação. Disse que não queria deixá-lo continuar o doutorado, porque Alcir não estudava literatura, só lia teologia tratando do Vieira. Eu disse que achava que o Alcir tinha razão, porque o próprio conceito de literatura é uma invenção do fim do século XVIII. Como o Vieira tinha vivido pelo menos 100 anos antes, não podia conhecer nem o conceito de literatura. Alcir estudava oratória, sermão, um gênero sacro, tinha tudo a ver com teologia. E nós ficamos muito amigos depois disso. 
     
    Obras De J. A. Hansen
     
    Obra Completa. Padre Antônio Vieira. Sermões de Nossa Senhora (org.). Vol. VII. 1.ed. Lisboa: Círculo de Leitores, 2013.
    A Sátira e o Engenho. Gregório de Matos e a Bahia do Século XVII. Vol. I. 2.ed. Cotia/ Campinas: Ateliê Editorial/ Editora da Unicamp, 2004.
     
    Verbetes
     
    Alcir Pécora (1954-): Crítico literário e professor da Unicamp. É organizador dos sermões do Padre Vieira. 
    Francisco Suarez (1548-1617): Jesuíta, filósofo, jurista e pensador espanhol. Foi professor da Universidade de Coimbra e autor de vários trabalhos que vão da metafísica à justiça. 
    Gyorg Lukács (1885-1971): Filósofo marxista húngaro. Entre seus principais livros se encontram Alma e Forma e A teoria do Romance. 
    Gregório de Matos Guerra (1636-1696): Advogado e poeta, nascido em Recife. Ficou conhecido como “Boca do Inferno” pela contundência de sua obra satírica.