Mão na prancheta, pé na estrada

Quando foi escolhido para projetar o ambiente interno do Museu de História do Pantanal, em Corumbá (MS), o arquiteto Nivaldo Vitorino encontrou um empecilho: o acervo não existia. “Para fazer o design, eu precisava saber o que teria ali dentro”, explica. Ele não pestanejou. Passou a chave no escritório que tem em São Paulo e saiu pelo Brasil. Voltou um ano e meio depois com material suficiente para contar a história de Mato Grosso do Sul.

“Foi um trabalho árduo. Não existia um local em que a história e os costumes da região estivessem concentrados”, conta. Com dinheiro do próprio bolso, Nivaldo passou por museus e bibliotecas, mas também conversou com antigos moradores locais.

“Conheci parentes do marechal Rondon, descendentes de índios, pessoas que tinham armas da Guerra do Paraguai”, diz ele, que pela iniciativa ganhou o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2009, organizado pelo Iphan, na categoria Pesquisa e Inventário de Acervos. “No início, as pessoas resistiam à idéia de doar suas peças. Mas foram entendendo a importância de se preservar a história”.

O museu abriu as portas em 2008. E mesmo com a pouca idade, já virou referência. “As pessoas duvidavam que o museu iria acontecer, mas se tornou ponto turístico importantíssimo”, vibra Maria Margareth Lima, superintendente do Iphan no estado e que auxiliou Nivaldo em suas buscas. O arquiteto também comemora o resultado: “Acho que conseguimos captar a alma desse lugar”.

O Museu de História do Pantanal fica na Rua Manuel Cavassa, 275, Porto Geral. Corumbá/MS. Visitação de terça a domingo, das 13h às 18h. Tel.: (67) 3232-0303.