Maravilhas do Cosme Velho

Cristina Romanelli

  • O bairro do Cosme Velho, na Zona Sul do Rio de Janeiro, abriga o Cristo Redentor, eleito uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo em 2007. A poucos metros da estação de trem que leva ao monumento, está escondido o Largo do Boticário, com casas do século XIX. As construções passaram por modificações na década de 1930 e chegaram a ter jardins projetados por Burle Marx. Hoje, ao contrário do Cristo, o Largo não está nenhuma maravilha e já foi até saqueado. As secretarias municipais de Turismo e de Cultura estão elaborando um projeto de revitalização para o bairro e pretendem ajudar os donos dos imóveis na restauração.

    Mas a tarefa será mais difícil do que parece. “Uma das casas foi restaurada e virou uma pousada, mas todas as outras são de Sybil Bittencourt. Ela impede qualquer mudança no Largo”, afirma o historiador Milton Teixeira, que frequentemente leva grupos de turistas ao local. A família Bittencourt, dona do extinto jornal Correio da Manhã (1901-1974), já era proprietária da maioria das casas na década de 1940, quando o Largo do Boticário viveu seu auge. Hoje, apesar de tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), as casas têm infiltrações e plantas crescendo nas fachadas. Até o Rio Carioca, que passa por ali e já foi uma das principais fontes de água da cidade, “hoje mais parece uma privada”, diz Teixeira.