Quem vê os dezoito saveiros de vela de içar que circulam pela Baía de Todos os Santos, na Bahia, nem imagina que eles já foram mais de mil. A embarcação era um dos principais meios de transporte de pessoas, alimentos e materiais de construção, principalmente antes do predomínio do transporte por terra, no século XX. Por muito tempo esquecido, o saveiro está sendo resgatado pelo trabalho da Associação Viva Saveiro, uma das ganhadoras do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Iphan, em 2010.
Em cerca de cinco anos, a associação de Salvador já fez quatro grandes restaurações nos saveiros e uma série de pequenas reformas. “Os reparos maiores podem levar seis meses e custar até R$ 40 mil. Agora estamos captando recursos para restaurar um barco que está todo podre”, conta Roberto Carlos Bezerra, o Malaca, vice-presidente da Viva Saveiro. Segundo ele, as principais diferenças da embarcação para os demais saveiros são a forma retangular da vela e o sistema de roldanas usado para levantá-la.
A associação também ajudou a resgatar regatas tradicionais e criou duas novas em que somente saveiros competem. Os próximos planos incluem a criação de um estaleiro-escola, um museu, um roteiro turístico e um manual de construção de saveiros. É muita coisa. Mas antes disso, os saveiros estão voltando a movimentar a economia local, principalmente no transporte de turistas pela baía.
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Viva Saveiro
www.vivasaveiro.org
Memória à vista
Cristina Romanelli