Menu à francesa

Cristina Romanelli

  • Enquanto o prefeito Pereira Passos tentava deixar o Rio de Janeiro com a cara de Paris, a elite promovia banquetes e jantares de gala. Era a belle époque, que trazia ares franceses para o país na década de 1900. O poeta Olavo Bilac (1865-1928), um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), resolveu colecionar os cardápios desses festins e recolhidos em viagens que fazia pelo mundo. As mais de 200 peças estavam esquecidas na ABL, mas, a pedido do acadêmico Alberto da Costa e Silva, foram analisadas pela historiadora Lúcia Garcia. Resultado: integrarão um livro a ser lançado ainda este ano, em parceria com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

    “Os cardápios são inéditos e vão desde os momentos finais da Monarquia. Alguns são manuscritos e têm até mensagens dos convidados. Acredito que Bilac tenha juntado isso para revisitar os momentos vividos”, conta Lúcia. Há menus em seda, outros com ilustrações assinadas, e ainda os que foram feitos para o aniversário do poeta. Além de mostrar a gastronomia da época, a coleção também vale como pista das andanças de Bilac.