“Este é um livro importante, procura mostrar a evolução da arquitetura moderna no Brasil”. É assim que Oscar Niemeyer define o novo livro do antropólogo e arquiteto Lauro Cavalcanti.
Os anos 1930 assistiram a uma luta feroz entre diversas correntes estéticas para a consolidação da arquitetura brasileira, e seus representantes concorriam ao privilégio de serem escolhidos pelo governo para a construção dos novos prédios estatais. Os arquitetos modernos – entre os quais Lucio Costa e o próprio Niemeyer _ se sobressaíram entre os neocoloniais e acadêmicos. Com suas obras inovadoras e revolucionárias, eles conquistariam rapidamente o reconhecimento nacional e internacional.
A partir das relações dos arquitetos com as esferas administrativas e as transformações sociais, o autor demonstra como esta nova arquitetura forjou uma outra imagem para o Brasil e delineia o “retrato desse fascinante momento em que se produziu a revolução estética na construção do nosso país”. E mais – indica que esta nova imagem não é apenas estética, mas também ética, com os arquitetos modernos impondo, além de suas representações concretas, novos valores e conceitos para a sociedade brasileira, como, por exemplo, “a proposição de projetos de moradias econômicas e a implantação de uma política de habitações populares”.
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Baseado em depoimentos de personagens da época e com farto material iconográfico, o livro é composto de mais de 130 fotos e plantas, e mostra os bastidores do processo evolutivo da arquitetura brasileira, que culminou com a idealização e a construção da cidade de Brasília. A ponto de a cidade estar incluída na lista de Patrimônios da Humanidade da Unesco “por ser o único exemplo, em sua escala, de uma cidade modernista”.
Fábio Pedrosa
Moderno e Brasileiro
Lauro Cavalcanti