Música de outrora

Cristina Romanelli

  • Vivaldi e Bach talvez ficassem incomodados se soubessem como suas composições são executadas hoje. Nem as orquestras mais conceituadas se salvariam do estranhamento dos autores. Isso porque, ao longo do tempo, muitos detalhes das partituras originais foram deixados de lado, e até os instrumentos mudaram. Pequenos grupos vêm tentando relembrar essas técnicas esquecidas. Aqui no Brasil, uma amostra acontece este mês no IX Encontro de Música Antiga de Recife/Olinda, organizado pelo Conservatório Pernambucano de Música.

    A expressão “música antiga” se refere ao período que vai da Idade Média ao Barroco. “Os instrumentos eram feitos de outra maneira, alguns com materiais diferentes. E a técnica também mudou. Pelos tratados da época barroca, a sonoridade era mais leve, mais suave, e eles usavam vários detalhes, ornamentações”, afirma Lenora Mendes, do grupo Música Antiga da UFF.

    O evento é realizado no Convento de São Francisco, em Olinda. A programação inclui aulas de canto, cursos de instrumentos como violino e cravo, além de danças barrocas e da Renascença. “No ano passado tivemos cerca de cem alunos do Brasil inteiro”, diz o diretor artístico Homero de Magalhães Filho. Quem não puder ir este mês, terá nova oportunidade em 2012. A décima edição deverá ter grandes proporções para comemorar o aniversário. Enfim, Vivaldi e os outros mestres podem descansar em paz.