A vista de 360 graus da cidade do Rio de Janeiro compensa a subida de uma hora em trilhas apertadas. Do Morro da Babilônia, no bairro do Leme, na Zona Sul, o panorama vai da praia de Copacabana a Botafogo, passando por um ângulo inusitado do Pão de Açúcar e até pela Serra dos Órgãos, ao fundo. Um ponto estratégico como esse não poderia ficar desconhecido por muito tempo. No século XVIII, os portugueses já tinham uma fortificação ali. Hoje, há guias que mostram as ruínas e contam histórias populares sobre o lugar, quando os índios ainda corriam pelas mesmas trilhas.
Um grupo de moradores da comunidade da Babilônia conseguiu que parte do morro fosse declarada Área de Proteção Ambiental, e desde então vem reflorestando o local. Foram eles também que organizaram as trilhas e montaram o serviço de guias. Na caminhada de 2,2 quilômetros, é possível ver guaritas da época da ditadura militar, ruínas da ocupação portuguesa e casamatas, pequenas instalações construídas para defender a cidade de possíveis ataques durante a Segunda Guerra Mundial.
“O pico do morro servia para avisar quando chegavam navios inimigos. Pelas ruínas, dá para ver que é tudo bem antigo. A única coisa que restou foram as portadas na ladeira do Leme”, explica a historiadora da arte Alba Bielinski. Fora isso, ficou uma trilha com pedras da época dos portugueses e várias lendas sobre o percurso, onde já teria existido até fazenda de café.
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Na trilha das lendas
Cristina Romanelli