Juscelino Kubitschek prometia realizar cinqüenta anos em cinco. O cineasta Zelito Vianna resolveu narrar esses cinco anos em menos de vinte e quatro horas. O filme Bela noite para voar, que estréia em março em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, acompanha a trajetória de JK a bordo de um vôo que sai de madrugada do Aeroporto Santos-Dumont e aterrissa na capital mineira ao final do dia. Nesse curto período, o presidente rompe com o FMI, inaugura obras, visita a futura capital, negocia com políticos e ainda reencontra uma bela e misteriosa amante.
A inspiração para a trama veio do romance homônimo do jornalista mineiro Pedro Rogério Moreira. Para construir o roteiro – que teve a colaboração de Augusto Boal e Chico Anysio – o cineasta combinou pesquisa histórica com boa dose de imaginação. “As pessoas conhecem a relação dele com o exterior, mas não sabem o que ele está pensando em determinado momento. Então, há esse espaço para criar. São sentimentos que você pode projetar no personagem e ninguém pode contestar”, diz Zelito. Mas, garante o diretor, o presidente que surge nas telas é o “parecido com ele mesmo”: um democrata, sempre otimista, “que tirava sapatos em solenidades, gostava de dançar, de namorar, de viver, enfim”.
No ar: JK
Juliana Barreto Farias