Ariano Suassuna está prestes a completar 80 anos. Para homenageá-lo, a Universidade Federal de Pernambuco planejou um ano de eventos, que começaram em 2006 e vão até 16 de junho de 2007, data do seu aniversário. A programação inclui documentários, peças e palestras sobre a obra do autor de “O Auto da Compadecida”. E termina com a inauguração do Núcleo Ariano Suassuna de Estudos Brasileiros, coordenado pela antropóloga Aparecida Nogueira, autora do livro O Cabreiro Tresmalhado: Ariano Suassuna e a universalidade da Cultura.
Aparecida conta que, embora o núcleo ainda não tenha sido oficialmente inaugurado, algumas pesquisas já estão em andamento. Em um levantamento de teses e dissertações escritas sobre Suassuna, descobriu-se que elas são muito mais numerosas na Europa do que no Brasil. Ela atribui isso ao fato de que, aqui, Ariano Suassuna é visto como um autor regionalista, ao passo que no exterior sua obra é estudada como um retrato nacional do Brasil:
- Há uma falta de informação tremenda a respeito da importância da obra de Suassuna. Ela não é apenas regionalista, porque quanto mais você mergulha nos dilemas do homem de uma região, mais você resgata a universalidade do homem. D. Quixote é sobre a Espanha, mais especificamente Castilha, mas quem não se identifica com o personagem principal e Sancho Pança? Nos anos 1950 e 1960, “O Auto da Compadecida” foi encenado em diversos países, pois Xicó e João Grilo eram semelhantes a personagens regionais de outros países. O veio imaginário atravessa tempos e lugares.
O ano de Ariano
Roberto Kaz