Palco preservado

Cristina Romanelli

  • “Pluft, o fantasminha” e “O rapto das cebolinhas” são peças dedicadas às crianças que volta e meia ressurgem nos palcos do país. Em comum, elas têm a criatividade da autora Maria Clara Machado (1921-2011), fundadora do teatro O Tablado. A crítica teatral Bárbara Heliodora já disse que há um antes e um depois da dramaturga no teatro infantil brasileiro. Por isso, os artistas deveriam consultar seu trabalho. Agora, sua recomendação está bem mais fácil de ser seguida. Todo o acervo da autora foi organizado e digitalizado. Anotações, correspondências e contos inéditos estão acessíveis ao público. Navegando no site www.otablado.com.br/mcm, o internauta também pode ver, por exemplo, fotos das primeiras montagens do grupo teatral, desde 1953.

    “Maria Clara foi a principal responsável pela criação, há quase 60 anos, do teatro carioca que se tornou referência na formação de atores, figurinistas, cenógrafos, diretores e iluminadores”, afirma Rejane Guedes, coordenadora de pesquisa documental do acervo.

    A organização do material levou cerca de cinco anos e foi coordenada pela diretora do teatro, Cacá Mourthé, sobrinha de Maria Clara. A primeira etapa do projeto organizou os documentos que estavam na casa da escritora. A segunda parte foi dedicada ao material sobre a carreira da artista, que continua arquivado no Tablado. No site, também é possível ver fotos de família, inclusive com seu pai, o escritor Aníbal Machado.

    A catalogação do arquivo está na Internet, mas para acessar a maioria dos registros, é necessário pedir autorização à equipe do teatro. Reunido e organizado, o acervo está pronto para as celebrações de 2011: 60 anos de criação do teatro e 90 de nascimento de Maria Clara. Até lá, continua o trabalho de manutenção do material e a expectativa de que amigos da escritora surjam com mais documentos.