Parque da memória

Cristina Romanelli

  • Alberto da Veiga Guignard era um nome pequeno perto de Candido Portinari. Mas tudo mudou em 1944, quando ele recebeu do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, o convite para criar a Escolinha do Parque. Seus documentos e obras, esquecidos ali em estado precário, foram redescobertos em 2009 e vêm sendo tratados pelo projeto de recuperação do Acervo Artístico Museológico da Escola Guignard. A iniciativa já foi, inclusive, contemplada com o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2010, do Iphan.

    “Depois que ele criou a escola, o pensamento da sociedade local mudou. Passou a ter crítica e exposições”, conta o artista plástico José Efigênio Pinto Coelho. Muitas dessas exposições eram de alunos, como Amílcar de Castro. Algumas obras deles, junto com móveis da escola, correspondências, cadernos de estudo e até bilhetes de amor de Guignard estão entre os mais de novecentos itens tratados pelo projeto.

    “Muitas coisas desapareceram, porque era uma escola livre. As pessoas entravam e saíam. Depois passou a ensino superior, e só há pouco tempo faz parte da UEMG”, diz Sebastião Miguel, presidente da Associação dos Amigos da Escola Guignard, rebatizada depois da morte do artista, em 1962. Segundo ele, as peças estão sendo catalogadas e terão suas descrições técnicas redefinidas. Enquanto não é organizada uma exposição, a escola recebe grupos escolares agendados.

    Saiba mais

    Escola Guignard
    www.uemg.br/unidade_guignard.php
    Rua Ascânio Burlamaque, 540, Mangabeiras – Belo Horizonte.