Terra natal do pintor Pedro Américo e do escritor José Américo de Almeida, Areia – que fica a 122 quilômetros de João Pessoa e a 618 metros acima do nível do mar – conserva seus casarões do século XIX. Por isso, tornou-se a primeira cidade paraibana a ter seu Conjunto Histórico e Urbanístico tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. O centro histórico, que ocupa uma área de dez hectares (100 mil metros quadrados), inclui construções como o Teatro Minerva (o primeiro da Paraíba, inaugurado em 1859), a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, o Sobrado José Rufino, a Casa de Pedro Américo, o prédio dos Correios e Telégrafos, entre outros. “Os casarios são próprios da primeira fase republicana, sem recuo frontal ou afastamentos laterais. As telhas são de cerâmica e têm cumeeira paralela à fachada”, explica a arquiteta Eliane de Castro Machado Freire, superintendente da 20ª Regional do Iphan, que compreende os estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. [necessário?]
No século XVII, quando ainda se chamava Sertão de Bruxaxá – nome do grupo indígena que habitava a região – a cidade servia de ponto de parada de boiadeiros e tropeiros que se dirigiam do sertão para o litoral da Paraíba para vender gado e produtos de subsistência. Segundo a historiadora Carla Oliveira, da Universidade Federal da Paraíba, Areia também foi importante politicamente. “Vários moradores de Areia tiveram efetiva participação na Revolução Pernambucana de 1817 e na Confederação do Equador, em 1824. Em 1848, foi o foco paraibano das idéias da Revolução Praieira e, em 1873, foi o centro da Revolta do Quebra-Quilos, uma reação popular à implantação do novo sistema de pesos e medidas imposta pelo governo imperial”, explica.Para o presidente da Associação dos Amigos de Areia, Carlomano Correia de Abreu, o tombamento é importante para o resgate da história, do folclore, da culinária e do artesanato local. “A população passa a dar mais valor à cultura regional e o fluxo de turistas aumenta”, comemora o engenheiro.