Até os anos 1920, o norte do Paraná era quase todo mata virgem. O governo então começou a ceder terrenos a empresas de colonização. Depois de tentativas fracassadas na produção de algodão, a inglesa Paraná Plantations vendeu suas terras e provocou uma migração para a região. Em 10 de dezembro de 1934 foi criado o município de Londrina, “Pequena Londres”, em homenagem à Inglaterra. Hoje, 76 anos depois, a Secretaria de Cultura tenta convencer a população de que, apesar de não ter nenhum Big Ben, a cidade deve preservar o patrimônio. Para isso, está desde 2005 está sendo desenvolvido um projeto de educação patrimonial, que inclui oficinas educativas para as crianças, capacitação de professores e agentes culturais, e excursões. A iniciativa está dando certo: mais de 300 estudantes já participaram do projeto, que foi um dos ganhadores do Prêmio Rodrigo Melo Franco 2010, promovido pelo Iphan.
“As pessoas acham que, por ser uma cidade nova, não tem nada histórico”, critica Vanda de Moraes, diretora de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural. Um de seus pontos importantes é o Marco Zero, monumento erguido no local de chegada dos primeiros imigrantes. Os roteiros feitos a pé apresentam marcos históricos da cidade. “O passeio pelos templos religiosos choca as pessoas. Ninguém imagina que aqui tenha uma mesquita e terreiros de candomblé”, diz o coordenador Leandro Magalhães. Em 2011 haverá dois novos percursos. Um deles na Rua Sergipe, onde existem exemplos de art déco e lojas da década de 1940.
Pequena Londres
Cristina Romanelli