Ao andar por Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, não estranhe se passar pela Rue Christophe Colomb ou pela Place Demerval Barbosa Moreira. No centro da cidade, 36 placas de rua têm a descrição de personagens históricos em português e em francês. A iniciativa faz parte das comemorações antecipadas do bicentenário da cidade, que será completado em 2018.
“Instalamos as placas bilíngues para ressaltar a influência francesa na região e também, claro, porque Nova Friburgo é o berço da colonização suíça no país”, conta Girlan Guilland, secretário de Comunicação e um dos criadores do “Movimento NF 200 Anos”.
A cidade, fundada por decreto real em 1818, foi a primeira colonização permanente não portuguesa no Brasil. Os primeiros colonos vieram da Suíça por meio de um acordo com o governo da cidade de Fribourg. Quando chegaram, 100 casas já estavam prontas, mas nem tudo funcionou bem. “Eram 400 famílias, e o solo era ruim para o cultivo. Eles passaram dificuldades e muitos deixaram a cidade”, diz Nelson Bohrer, presidente do Centro de Documentação Dom João VI.
Nova Friburgo não teve o sucesso esperado na estreia, mas conseguiu avanços importantes depois da chegada de outros imigrantes, principalmente alemães. Para festejar os 200 anos de altos e baixos, já estão em andamento outras comemorações, como um programa de tombamento de prédios históricos e um circuito turístico-cultural envolvendo o barão de Nova Friburgo, pioneiro da cafeicultura no interior fluminense.
Pontualidade suíça
Cristina Romanelli