Quadrinhos - História para vender

Fabio Luiz Carneiro Mourilhe Silva

  • Sucesso na promoção de jornais, as histórias em quadrinhos logo chamaram a atenção da indústria de bens de consumo. Resultado: essa popularidade foi usada para atrair o consumidor e vender produtos. Esse fenômeno começou nos Estados Unidos na virada do século XIX para o XX, quando as figuras centrais dos anúncios passaram a ser os personagens de quadrinhos. Mas foi na década de 1930 que a estratégia se popularizou, e os jornais brasileiros passaram a incluir anúncios com a linguagem dos quadrinhos. As empresas que utilizavam esse tipo de publicidade se beneficiavam da familiaridade do público com as narrativas das tiras.

    No Brasil, os personagens famosos dos quadrinhos também foram parar nas propagandas como mascotes de diversas marcas. Entre os mais recorrentes temos Buster Brown, criado por Outcault em 1902, e Benjamin. Este último acompanhava Chiquinho (versão brasileira de Buster Brown) nas tiras locais, figurando também em anúncios de pó de arroz. Em 1906, o personagem Chiquinho se tornou peça central de um anúncio de cigarros na revista O Tico-Tico, mas aparece com o intento de ocultar os cigarros, posicionando-se na frente do produto. Dez anos depois, foi o Matte Real que utilizou os personagens Chiquinho e seu cachorro, Jagunço.

    A partir de 1940, Luis Sá – cartunista cearense que ganhou notoriedade em O Tico-Tico – elaborou alguns anúncios, com o formato característico de seus trabalhos, para o sabonete Dorly: “O passeio de Jacira”, no qual, em quadros legendados, são caçadas borboletas e no fim é apresentado o sabonete. Este anúncio pode ser facilmente confundido com outras tiras da revista O Tico-Tico.

    Nos primeiros anos do jornal O Globo, também é possível perceber a relação entre quadrinhos e propaganda. É o caso, por exemplo, dos anúncios da empresa de lâmpadas Edison Ideal, de autoria de Valmir, publicados em 1926, que traziam uma nova história a cada semana. (...)

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