Após levar cinco milhões de pessoas aos cinemas com o longa “Dois filhos de Francisco”, em 2005, o cineasta Breno Silveira resolveu dar um tempo na cinebiografia. “Não queria ficar marcado como diretor de uma coisa só”, diz ele. “Depois desse filme, recebi mais de 20 convites para filmar biografias, e percebi que tinha de fazer outra coisa”. Mas Luiz Gonzaga, o rei do baião, cruzou seu caminho. E ele acabou voltando atrás.
Já faz dois anos que Silveira está às voltas com Gonzagão. Tudo começou quando uma fita cassete caiu em suas mãos. Nela, Gonzaguinha – filho do rei – adentrava o sertão na véspera do enterro do pai, e lamentava mal tê-lo conhecido. Foi a deixa para o cineasta. “A gravação me deixou emocionado. Ali tem uma história de pai e filho, um mote emocional que faz com que o filme não seja apenas uma biografia”. Dali em diante, o diretor mergulhou na vida do nordestino.
As filmagens estavam previstas para começar em 2009. Mas a grandeza de Luiz Gonzaga adiou os planos. “Pra dar conta desse cara, eu precisaria de três longas-metragens. Desde que anunciei o filme, não param de chegar histórias dele”, diz o cineasta, que atrasou o cronograma por causa disso.
Agora, com o roteiro praticamente fechado, a produção está atrás de atores e locações, e o filme já tem nome: “Gonzaga: de pai para filho”. As filmagens devem começar no fim deste ano. Isso se as histórias de Gonzagão não mudarem mais uma vez o calendário. “Cada vez que volto ao Nordeste, vejo que ainda estou na metade do roteiro. Luiz Gonzaga é um mito”, exalta Silveira.
Rendido a Gonzagão
Bernardo Camara