Tesouro compartilhado

Bernardo Camara

  • Dono da maior Brasiliana – coleção de livros e documentos do e sobre o Brasil – entre particulares, o bibliófilo José Mindlin só impôs uma condição ao doar tudo à Universidade de São Paulo (USP), em 2006: que fosse construído um edifício moderno para preservar o acervo. Pedido atendido, o prédio de 20 mil metros quadrados deve ficar pronto ainda este ano, reunindo num mesmo local as bibliotecas de Mindlin e do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB). Enquanto as obras não terminam, uma equipe corre para que esse material chegue ao público o quanto antes.

    O projeto prevê três coisas: a Brasiliana Digital, o Centro de Conservação e Restauro do Papel e do Livro e o Centro de Estudos do Livro”, explica o professor Pedro Puntoni, um dos coordenadores do programa, que recebeu o nome de Brasiliana USP.

    Cada ação conta com uma equipe que está sendo capacitada, para que tudo esteja tinindo na inauguração. A parte mais avançada é a de digitalização, que começou em 2008. São mais de 40 pessoas envolvidas, além de um robô importado dos EUA que faz o serviço num piscar de olhos.

    Até meados de janeiro, mais de três mil documentos já estavam na Internet (www.brasiliana.usp.br), entre obras de Debret, Hans Staden e outros livros raros. Vários professores da USP também têm acompanhado de perto o trabalho, numa mobilização que dá a dimensão do projeto. “Será um centro de estudos extraordinário”, define Puntoni.