Torres gêmeas em foco

Num dia ensolarado, uma pequena nuvem branca estacionou no espaço vazio que antes era preenchido pelas torres do World Trade Center. O momento durou poucos minutos, mas foi captado pela lente de um fotógrafo brasileiro. Lufe Gomes estava sobre a ponte do bairro do Brooklin apontando sua câmera para o céu azul e fazendo suas primeiras imagens de Nova Iorque. A fotografia, classificada por ele como uma “leitura sensível da ausência”, acompanha outras 21 na mostra “PIIOTOS_WTC 1973 – 2011”, que lembra os 10 anos do atentado terrorista de 11 de setembro.  Neste mês, a exposição está em cartaz, tanto em São Paulo quanto na metrópole norte-americana, reunindo obras somente de artistas brasileiros, feitas ao longo das últimas décadas.

A ideia, segundo o curador Fernando Costa Netto, é que o evento seja uma homenagem de São Paulo à cidade atingida pela tragédia em 2001. “Apesar de o atentado ter acontecido lá, foi um episódio que afetou o mundo todo, ficou para a história. Precisamos lembrá-lo”. Ele destaca ainda que essa celebração precisava ser feita por meio da fotografia, já que Nova Iorque formou muitos fotógrafos brasileiros, principalmente durante a década de 1980. “Uma geração de artistas aprendeu ali muito do que sabe”, acrescenta.

 O brasileiro Paulo Vainer foi um deles. Ele tem a imagem mais antiga da exposição, feita no terraço de uma das torres em 1981, quando tinha 21 anos: “Estava uma tarde bonita, o sol contra a lente, não pensei muito, levantei a câmera e bati. Fotografia é assim”. Foi uma imagem simples, mas grandiosa. Vainer acredita que a exposição tem caráter único, já que exprime um “olhar de fora” sobre um assunto tão delicado para os norte-americanos como os atentados.

“PIOTOS_WTC” tem apoio do Consulado do Brasil em Nova Iorque e fica em cartaz, em ambas as cidades, até 17 de setembro. Saiba mais aqui.