O tema é do início da Era Cristã, mas a abordagem é nova. A coleção Os ceramistas tupi-guarani, a ser lançada em janeiro pela editora do Centro de Estudos do Oeste Catarinense, pretende retomar estudos sobre a arqueologia indígena do Brasil, inventariando a arte tupi-guarani do ano 500 a 1500. Dois arqueólogos estão à frente do projeto: Andre Prous, chefe do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMG, e Tânia Andrade Lima, do Departamento e Antropologia do Museu Nacional, da UFRJ.
A coleção é dividida em três livros e um CD-Rom, que traz uma série de desenhos indígenas pintados em cerâmicas encontradas no litoral brasileiro, partindo do Maranhão até o Norte da Argentina . Segundo Tânia, o projeto transcendeu às manifestações artísticas cerâmica e destaca questões como a indústria lítica, as aldeias e a etno-arqueologia. “A arte tupi-guarani é um tema é fascinante, que está muito desgastado pela arqueologia brasileira por ser pobremente tratado. O objetivo das publicações é redescobrir essa rica cultura, mostrando o passado, o presente e o futuro da arqueologia tupi-guarani”, destaca a arqueóloga.
O primeiro volume apresenta uma síntese da cultura tupi-guarani nas regiões do Brasil e na Argentina. O segundo é dedicado à pintura e aos aspectos gráficos da cerâmica. Os gestos feitos pelos índios enquanto manipulavam a cerâmica e a decoração plástica também são abordados nesse livro. Um balanço dos possíveis caminhos da arqueologia brasileira integra o terceiro volume da coleção.
Vestígios da cultura indígena
Vivi Fernandes de Lima