Vitorino Magalhães Godinho

Alberto da Costa e Silva e Tiago C. P. dos Reis Miranda

  • Foto: Reinaldo de Carvalho / Estúdio Reicar / PortugalPara Vitorino Barbosa de Magalhães Godinho, uma das mais importantes atribuições de um historiador é estar atento aos problemas de seu tempo. Foi o que ele fez ao longo de quase um século, contribuindo para a democratização da História e para a renovação do campo de estudos sobre os Descobrimentos. Pouco antes de falecer, no dia 26 de abril passado, aos 92 anos, Godinho recebeu os historiadores Alberto da Costa e Silva e Tiago dos Reis Miranda em sua residência e revelou sua preocupação com o andamento da União Europeia: “A estupidez mais absurda dos dirigentes da Europa é aplicar a mesma receita econômica a países tão diferentes”.

    Nascido em Lisboa em 1918, Godinho era filho de um republicano ilustre que participou como oficial de Infantaria da Revolução de 5 de Outubro e serviu de tema para um de seus livros. “Um dos elogios que mais me agradaram foi o de que não se percebia que a obra havia sido escrita pelo filho”, disse ele, sempre preocupado com o rigor e com a pluralidade de perspectivas. “Aprendi a analisar com pessoas que tinham muitos pontos de vista diferentes e que discutiam civilizadamente”, explica.

    Durante a conversa, Godinho discorreu sobre sua trajetória, a herança familiar, a ida para a França e o período conturbado do regime salazarista. “Estou muito grato a Salazar, este ditadorzeco de Santa Comba, por me ter obrigado a emigrar”, disse com uma particular ironia. Ele ainda festejou o crescente diálogo com o Brasil em tempos de relações virtuais, embora tenha constatado, com pena, jamais ter sido convidado a dar aulas por aqui. Esta foi a última entrevista concedida pelo mestre.

    REVISTA DE HISTÓRIA Quando surgiu seu interesse pela História?

    VITORINO GODINHO Comecei a me interessar pela História no meu terceiro ano do Liceu graças a um professor. Ele não era uma pessoa de grande cultura, mas tinha bom-senso e sabia distinguir o que era essencial. Entre outras coisas, este professor pôs de lado os compêndios escolares e nos incentivou a ler Guizot, História da Civilização na Europa. Isso abriu o meu caminho. Era um momento em que o fascismo ainda não havia moldado inteiramente a forma de ensino. De modo que, nos meus 15 anos, eu já frequentava o grupo Seara Nova, lia, conhecia e conversava com intelectuais ilustres, como Antonio Sérgio, Bento de Jesus Caraça, Azevedo Gomes e Jaime Cortesão.

    RH O que mais o impressionava em Jaime Cortesão?

    VG Era uma personalidade invulgar, com uma extraordinária capacidade de compreensão e de abertura. Uma personalidade cívica que se impôs, que foi fundamental no meio português. Ele e Duarte Leite são influências decisivas em minha trajetória. A minha personalidade se formou a partir da conjugação do rigor do Duarte Leite e da capacidade de compreensão global de Jaime Cortesão. Para mim, são dois autores-chave da cultura portuguesa do século XX. Agora, devo dizer que tive sorte por ter acesso a essas obras históricas de enorme importância. Em 1940, em plena guerra, raros livros circulavam pela Europa e poucos chegavam a Portugal.

    RH Como conseguia ter acesso aos livros em plena ditadura salazarista?

    VG Em primeiro lugar, minha família tinha uma esplêndida biblioteca. Lembro até que meu tio pediu-me para ser uma espécie de bibliotecário. Em segundo lugar, acredito que tive sorte mesmo. Um dia, consegui pôr as mãos numa edição em inglês de O Capital, de Marx. E o fato de ser em inglês foi muito importante, já que a censura, felizmente, era estúpida e inculta e não sabia inglês [risos]. O livro não estava “riscado”. Outras obras importantes às quais tive acesso foram O problema da descrença no século XVI, de Lucien Febvre, e uma coleção dos Annales, Économie, Société et Civilisation, que estava lá na Biblioteca Nacional de Lisboa e ninguém consultava.

    RH As obras citadas pelo senhor já apontam para um diálogo com a filosofia.

    VG É verdade. Quando eu tinha 16 anos, estava decidido a ser engenheiro, mas refleti que a profissão de professor seria muito importante para ajudar a transformar a humanidade. Um mito de jovem, sem dúvida. O fato é que segui sempre com um pé na História e o outro na Filosofia. Meu curso superior era de História e Filosofia, e a minha tese de licenciatura tratava da filosofia do conhecimento, ligada à lógica matemática e moderna, mas chamava-se Razão e História. Foi uma tese de filosofia que teve um certo impacto, e acabou sendo publicada com o subtítulo Introdução a um problema, em 1940. E eu continuo a pensar que a História é uma ciência, ou uma atividade cientificamente conduzida, mas que tem todo o interesse em ser completada por uma reflexão filosófica, pelo conjunto das ciências humanas. A reflexão filosófica nos esclarece e nos orienta, dá o sentido profundo das coisas.

    RH O senhor teve um enorme contato com essa ênfase multidisciplinar quando esteve na França, não é?

    VG Sim. Não posso esquecer que “tive a sorte” de não ser persona grata do ilustre chefe Salazar. E “tive a sorte” porque fui demitido, encontrei-me em grandes dificuldades econômicas e acabei indo para a França. Lá, fui trabalhar no CNRS [Centre National de la Recherche Scientifique], sob a direção de Lucien Febvre. Estavam na Escola de Altos Estudos professores como Fernand Braudel, Marcel Bataillon, Georges Gurvitch e Radcliffe-Brown. Uma oportunidade única de abertura, em todos os sentidos. Foi a minha sorte. Aliás, devo dizer-lhe que estou muito grato a Salazar por me ter obrigado a emigrar. E lá adquiri o direito de ser professor de universidades francesas. O fato de me tornar professor na França assustou o ditadorzeco de Santa Comba, que enviou um mestre português a me convidar a voltar para Portugal.

    RH Deu certo?

    VG Não. Fiz uma primeira experiência no Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina – àquela altura, chamava-se Instituto Superior de Estudos Ultramarinos – Iseu. Mas não deu certo, e eu acabei voltando para a França como professor da Universidade de Clermont-Ferrand. Com o 25 de abril [Revolução dos Cravos, que depôs a ditadura do Estado Novo em Portugal], houve uma hesitação, que eu não escondo, entre a França e Portugal. E alguns problemas familiares me convenceram a ficar em Portugal, onde tentei, mais uma vez, criar algo parecido com a Escola de Altos Estudos da França. Mas, ao contrário do que se esperava, em um então suposto governo democrático, não consegui levar o projeto adiante. Consegui apenas que o meu pequeno departamento fosse pluridisciplinar. Tínhamos lá a Geografia, a Sociologia, a Economia, a Estatística, a Matemática. Eu consegui reunir um grupo excepcional de jovens que naturalmente marcaram a cultura portuguesa e a nossa historiografia. Estou falando, entre outros, de Joaquim Romero Magalhães, David Justino e Francisco Bethencourt. Foi uma experiência extremamente gratificante pelo que se conseguiu fazer, mas decepcionante pela incompreensão por parte do meio acadêmico. Quando analisamos historicamente, nos apercebemos de que o português é uma pessoa que quer mudar para deixar tudo na mesma.

    RH Seu pai foi um ilustre português e um eminente republicano. Como surgiu o interesse em  escrever sua biografia?

    VG Eu tive várias razões para escrever esta biografia. Uma delas é que fiquei de posse de um espólio precioso: a documentação do meu pai, não só política, do período da guerra, mas também com os boletins secretos do Serviço de Informações do Corpo Expedicionário Português. Estas fontes são perfeitamente inacessíveis à maioria das pessoas. O melhor seria depositar este material na Biblioteca Nacional, mas tudo poderia ficar lá enterrado, e então pensei que era necessário utilizá-lo para abordar problemas que estavam muito mal estudados.

    RH Por exemplo?

    VG A República foi objeto de muitas discussões, de conferências de propaganda, mas de pouca análise rigorosa, com exceção das obras de Oliveira Marques e David Ferreira. Eu vivi bastante o ambiente republicano em casa; aquele ideal. Meu pai tinha sido o ministro que esmagou a intentona fascista em 1925. Ele foi demitido várias vezes, foi perseguido pela Pide [Polícia Internacional e de Defesa do Estado] e impedido de ascender ao generalato. Ele foi adido militar em Paris depois da guerra, e a família viveu quatro anos lá. Esta, aliás, foi minha primeira estada na França. Eu devia ter uns cinco anos, e tenho a impressão de que não gostei muito do ambiente. Apesar de tudo isso, meu pai acreditava não apenas na mudança do regime, mas também na modernização de Portugal. Para ele, o país precisava entrar no concerto das nações modernas, incorporar os valores que a modernidade trouxe: a democracia, a cidadania, o desenvolvimento econômico, etc. E, ora, meu pai era um exemplo de cidadania impoluta: alguém que soube, não só na sua profissão, mas também na sua atuação política, seguir uma linha rígida de defesa destes valores modernos.

    RH Foi difícil relacionar o percurso individual com quadros conjunturais e estruturais?

    VG Este desafio sempre me acompanhou. É verdade que, em geral, realizei uma investigação histórica, sobretudo do ponto de vista estrutural e dinâmico. Mas jamais me esqueci das personalidades. A História é um constante diálogo entre as personagens e as estruturas existentes. Lucien Febvre dizia que o problema fundamental da História era o da inserção da personalidade no devir histórico. Mas até onde temos o direito de “entrar” na personalidade dos outros? Esse problema é fundamental. De qualquer maneira, no que concerne à biografia de meu pai, eu sistematicamente excluí o aspecto da vida em família. Porém, tenho a convicção de que uma biografia depende do homem de carne e osso, atento, completo, sobretudo nos vários contextos sociais em que ele se empenhou. Então, procurei encontrar o fio entre as suas condutas, o sistema ideológico que o orientava, e, através dele, compreender a evolução de Portugal. E devo dizer que um dos elogios que mais me agradaram foi o de que não se percebia que a obra havia sido escrita pelo filho.

    RH Esta multiplicidade de perspectivas e pontos de vista sempre marcou seus trabalhos.

    VG É algo como uma abertura de espírito, que resultou de todos esses ambientes que eu tracei sumariamente. O convívio com Lucien Febvre, com Bataillon... Eu aprendi a analisar com pessoas que tinham muitos pontos de vista diferentes e que discutiam civilizadamente. E isso é muito importante. Eu tive sempre horror daquilo que hoje os portugueses utilizam: a polêmica. Sou absolutamente contrário à polêmica porque ela é a morte da discussão científica, da pluralidade de pontos de vista.

    RH O senhor diria que estamos vivendo em um mundo mais inquieto, de maiores incertezas?

    VG Bom, o Hobsbawm definiu o século XX como o século dos extremos. Não sei. Acho que já vivemos um mundo diferente do século XX. Definitivamente, a vida cotidiana não tinha este trepidar. Se pensarmos em todas as convulsões sociais e políticas, o século XX foi de uma violência extrema. E, no entanto, da minha vida no século XX não retenho a violência. Ao passo que, hoje, o cotidiano de uma grande cidade tornou-se insuportável. Nós saímos à porta e somos atacados! Isto não existia em Portugal. Sob diversos aspectos, este foi um século de ilusões extremas. Eu me lembro de idealizar, quando jovem, um homem e um mundo novos, em que os conflitos seriam sanados, onde haveria a possibilidade de uma existência digna para todas as pessoas. Era uma sociedade que acreditava em um homem novo. E, depois, a evolução vai criando realidades novas – os regimes fascistas são realidades novas, mas que têm um tipo de ideal diferente, um ideal de massas, de submissão, de violência, de preconceito racista, etc, que, de fato, destrói por completo essa ilusão de um “homem novo” que tivemos. Entretanto, o que veio foi a impulsão de guerras, o desenvolvimento de movimentos fascistas, os regimes ditatoriais. E vários desses movimentos foram feitos em nome de uma transformação do homem. Em Portugal, todos nós caímos nessa ilusão de que o país passava por um esforço de melhoria, de transformação.

    RH Foi esse desejo de pensar o país que o levou a escrever mais recentemente Portugal: a emergência de uma nação?

    VG Claro. O que é o meu país? Como ele nasceu e se formou? É importantíssimo para compreendermos aquilo que somos. E eu queria fazer um tipo de história que fosse diferente das discussões acadêmicas, muito ociosas, em que estavam embaralhados os problemas da origem de Portugal. Por isso voltei ao século XIV. Eu acho que hoje temos que fazer uma Europa onde a nação não desapareça. O primeiro artigo de uma Constituição europeia deve reforçar o fato de sermos um conjunto de nações-estados que partilham a sua soberania com um sistema de instituições comum. O amor da terra, o amor da pátria, a delimitação dos poderes da nação, tudo isso é extremamente importante, um legado fundamental para a organização das sociedades modernas. Não é possível organizá-las uniformemente… A estupidez mais absurda é a dos dirigentes da Europa, da União Europeia, e que leva a que se aplique a países com tradições tão diferentes na economia, nos costumes, na língua, em tudo, como sejam a Letônia, a Estônia, Portugal, França, Inglaterra, aplicar a todos as mesmas receitas econômicas, aprendidas num manual americano, que se vende, enfim, em larga escala, para ganhar dinheiro, não é?... E que é feito por um desses economistas mercenários que agora ajudam a governar o mundo!

    RH Como Portugal convive com esta Europa hoje?

    VG Portugal consegue conviver com a Europa porque tem havido uma obra de destruição cultural e econômica sistemática, o que permite que a burocracia de Bruxelas e, por seu intermédio, as grandes potências mandem em tudo. Hoje, em Portugal, fala-se pouco dos Descobrimentos, algo que nos marcou como nação. É bem verdade que os Descobrimentos tinham se tornado, mais recentemente, uma retórica. E retórica não leva a lado nenhum, não é? Ora, hoje, em vez dessa retórica, há uns farrapos, às vezes para fazer a propaganda de certas políticas.

    RH Por abordar esses temas, o senhor tem um grande número de leitores no Brasil. Costuma dialogar com a academia brasileira?

    VG É curioso: minha vida orientou-se pouco em relação ao Brasil. Não era fácil um professor de Portugal ir para o Brasil. E, embora eu tivesse boas relações com os historiadores brasileiros, não tive nenhum convite especial para dar cursos em São Paulo, Rio de Janeiro ou Recife. Pensando retrospectivamente, tenho uma certa pena disso. Mas é importante notar que o diálogo entre historiadores portugueses e brasileiros tem aumentado exponencialmente. Agora, viajamos virtualmente. Vivemos num mundo virtual. Eu digo até que, hoje, os miúdos já não vão para a rua com uma mala: sentam-se à secretária com um computador.

    RH Que conselhos o senhor daria a essa nova geração de historiadores?

    VG O fundamental é uma boa bibliografia, e, nesse aspecto, não ter receio de “estar desatualizado”. O mais recente não é necessariamente o melhor. É importante entender que algumas obras dos anos 60 e 70 são inultrapassáveis. Hoje as pessoas são um bocado levianas no que diz respeito à erudição. Eu costumo dizer que as palavras são como monumentos para o historiador. Temos que as utilizar e ser capazes de as respeitar e de as compreender. É preciso saber ler com cuidado os documentos e fazer as operações históricas necessárias para determinar com rigor aquilo de que estamos a falar. Porque há uma certa ligeireza na maneira de aduzir textos de autores de várias épocas para provar isto, aquilo e aquilo outro. O historiador precisa ter em mente que ele não vai encontrar no documento a solução, nem um problema formulado: nós é que temos que raciocinar e construir, com toda essa bagagem cultural e essa pluralidade de pontos de vista, questões e argumentos. E não podemos esquecer que um historiador tem de estar atento aos problemas de seu tempo. Marc Bloch dava um conselho aos alunos que eu costumo repassar. Nós vivemos num determinado tempo e temos de enfrentar esses problemas. E perceber que isso faz parte da nossa formação para apreendermos o passado.

    RH Em que o senhor está trabalhando agora?

    VG Neste momento, estou em trabalho de revisão de provas para a publicação de uma nova edição dos Documentos para a história dos descobrimentos portugueses, que já estava esgotado havia sessenta anos.


    Saiba Mais - Verbetes

    Seara Nova
    Publicação portuguesa que teve início em 1921, em torno da qual se reuniam vários intelectuais militantes com o objetivo de quebrar o isolamento entre os pensadores e a realidade social do país. Fez oposição ao regime ditatorial inaugurado em 1926.
    Jaime Cortesão (1884-1960)
    Historiador português, foi diretor da Biblioteca Nacional de seu país e fundador de diversas publicações importantes, como Seara Nova. Durante a Segunda Guerra Mundial, veio para o Brasil, onde lecionou e aprofundou seus estudos sobre os Descobrimentos. Publicou, entre outras obras, Cabral e as origens do Brasil (1940) e Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madri (1950-1963).
    Duarte Leite Pereira da Silva (1864-1950)
    Professor, político, matemático e historiador português, foi ainda embaixador do seu país no Brasil. Foi opositor ao regime ditatorial instalado em Portugal, integrando o Movimento de Unidade Democrática. Autor, entre outros livros, de Descobridores do Brasil (1931).
    Lucien Febvre (1878-1956)
    Historiador francês, foi um dos fundadores dos Annales e coordenou o ambicioso projeto da Encyclopédie Française. Colaborou ainda na criação da instituição francesa de pesquisa Centre National de la Recherche Scientifique, o CNRS.
    Annales, Économie, Société et Civilisation
    Mais conhecida como Revista dos Annales, foi fundada pelos historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre em 1929. Rompendo com concepções tradicionais da historiografia acadêmica francesa, empenhava-se em uma abordagem do passado a partir de diferentes disciplinas, como a Sociologia, a Estatística e a Economia.
    Antônio de Oliveira Salazar (1889-1970)
    Ditador português. Foi ministro das Finanças entre 1928 e 1932. De 1932 a 1968, dirigiu os destinos de seu país no cargo de presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro).
    Marc Bloch (1886-1944)
    Historiador francês, fundou, com Lucien Febvre, a Revista dos Annales. Lutou na Primeira Guerra Mundial, tendo sido condecorado. Ensinou na Universidade de Estrasburgo e na Sorbonne, entrando para a resistência francesa contra os alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Foi preso e morto pelos nazistas. Autor, entre outros livros, de A sociedade feudal (1939).


    Saiba Mais - Obras do autor

    Vitorino Henriques Godinho. Pátria e República. Lisboa: Assembléia da República; D. Quixote, 2005.
    Documentos sobre a expansão portuguesa. Lisboa: Gleba; Cosmos, 1945-1967, 3v.
    A economia dos descobrimentos Henriquinos. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1962.
    Os descobrimentos e a economia mundial. Lisboa: Arcádia, 1963, 2v.
    Ensaios sobre História de Portugal. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1968, 4v.
    A estrutura da antiga sociedade portuguesa. Lisboa: Arcádia, 1971.
    Portugal: a emergência de uma Nação. Lisboa: Colibri, 2004.